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Poeta catarinense
com dedos podres
e mania de flâneur

Autor de "Cá Entre Nós -
Odes de Alusão e Ilusão"

MALDITOS ESCRITORES

É muita confusão.
    Ou antes: tentativa de diluir
    diferenças. Num golpe
    de pena.

O intelectual reproduz
    discursos. O povo
    produz matéria real.

Outra sutil alteração:
    "eles" e "nós".
    Fígado e intestinos
    da realidade.

Intenção do narrador:
    levar o leitor
    a compadecer-se.

Corpo a corpo
    com a vida.
    Refletir
    sem floreios.

A resposta está em mim
      e está em ti, meu irmão,
      que caminhas ao meu
      lado.

Chapinhamos
     no lodaçal
     de velhas palavras.

Um tempo
     estático.

A minha e a tua suspeita
    de que pouco a pouco
                   nos fizemos
                        inimigos.